Não é de hoje que eu tento simplificar minha vida. Um tempo atrás, eu contei aqui no blog que sofro de ansiedade (aparentemente controlada nos últimos tempos) e que, em decorrência disso, várias coisinhas que outras pessoas nem observam podem fazer com que eu passe o dia chorando. Infelizmente, não é exagero. É um exercício contínuo, então, descobrir o que me faz bem e o que piora a minha situação.
Vocês também sabem que, nos últimos tempos, eu venho destralhando a casa, tendo começado pelo meu closet. É impressionante o quanto desapegar de coisas tem me deixado mais leve. Nada mais junto do que estender a prática para outros setores da minha vida, não é? Foi aí que comecei a dar atenção a minha ‘vida’ virtual. Uma caixa de e-mails lotada e desorganizada pode me causar estresse, assim como o constante compartilhamento de notícias sobre determinado assunto pode me irritar pelo resto do dia.
Nas últimas semanas, portanto, tenho dedicado uma pequena parcela de tempo do meu dia para uma “faxina virtual”. Parte dela precisou ser forçada, já que troquei meu notebook velho por um computador novo e me recusei a transferir os arquivos sem olhar do que se tratavam. (Não quero mais pastas e pastas de documentos que não preciso.) Porém, como consequência, acabei fazendo A Limpa nas minhas redes sociais.
Eu percebi que, algumas vezes, após ler meu feed do twitter, reclamava sobre o quão chata uma pessoa era. Outras vezes, após dar uma olhada no feed do instagram, ficava chateada por não compreender o porquê de algumas pessoas serem absurdamente vangloriadas por coisinhas. E sempre, após dar uma olhada no facebook (rede social em que todo mundo opina sobre tudo), ficava com uma sensação ruim de que o mundo estava perdido.
Isso tudo me fez pensar no tipo de informação e de entretenimento que eu estava consumindo, já que tais aspectos impactam diretamente na minha vida e são responsáveis pela forma com a qual eu evoluo como pessoa (ou regrido). Não fazia sentido seguir pensamentos/pessoas/tendências que divergem do meu ideal só porque ‘todo mundo’ estava vivendo daquela forma. Um segredinho: nunca é ‘todo mundo’; nunca alguém está sozinho. E, quanto mais o tempo passa, mais eu valorizo o meu bem estar.
Felizmente, hoje é bem simples silenciar algum contato, desativando o recebimento de notificações ou dando unfollow. Desta forma, podemos continuar com um vínculo formal nas redes sociais (como nos casos em que adicionamos ou seguimos por ‘educação’ ou para não criar um clima chato — quem nunca?), o que é ótimo para uma pessoa como eu (vocês nunca vão me ver entrar em conflito com alguém).
Minha meta agora é que meus feeds se resumam a coisas, informações e pessoas que eu quero ver ou consumir, por acrescentarem positivamente em algum aspecto na minha vida. Desta forma, foi necessário ponderar sobre as coisas que poderiam estragar o meu dia ou me deixar com qualquer nível de irritação ou estresse e descobrir o padrão em comum entre elas.
Eis os 10 tipos de pessoas que eu optei por não mais acompanhar nas redes sociais:
- Pessoas que compartilham apenas notícias e opiniões negativas. (Inclui ainda pessoas que mandam comentários como “com tanta coisa acontecendo no mundo, vocês compartilham isso?” em notícias felizes.)
- Pessoas que eu nunca realmente conheci, mas que, por algum motivo incerto, entraram no meu feed. (Como aquelas que aparecem no resultado de alguma pesquisa minha e eu dou follow para olhar a informação depois, mas sempre esqueço.)
- Pessoas cujo padrão de vida é totalmente diferente do meu. (Como os ~influenciadores digitais~ que viajam para o exterior todos os meses e que nunca se preocupam em mencionar o quanto o look do dia custou. Nada contra essas pessoas, claro, mas não me sinto inspirada com elas.)
- Pessoas que fazem com que eu me sinta inadequada. (É quase como o anterior, mas focando mais no fato de fazerem com que eu sinta que preciso mudar, me vestir de um jeito específico ou apoiar determinadas causas.)
- Pessoas que simplesmente me irritam. (Às vezes a gente só não vai com a cara de alguém.)
- Pessoas que mudaram seu estilo de vida para melhor, mas que fazem textão todos os dias contando sobre o quão mais ‘evoluídas’ elas são. (É daí que vem meu ódio gratuito por crossfit, por exemplo.)
- Pessoas que passam o dia TODO compartilhando qualquer tipo de coisa. (“Só dá fulano no feed,” eu penso. Normalmente são memes.)
- Pessoas que fazem piadas em excesso sobre assuntos importantes para mim. (Não me venha falar que planta sente dor.)
- Pessoas que compartilham coisas que eu considero inapropriadas. (Como um vídeo de seu bebê tomando banho, fotos de um acidente de carro na região e curtidas em imagens de bundas da mulher tipicamente brasileira.)
- Pessoas que pensam que estão sempre certas.
Eu não entrei em muitos detalhes porque não é meu objetivo aqui, visto que cada um de nós encontrará diferentes padrões. Porém, é claro que eu tenho uma razão certa para ter optado por esses grupos de pessoas. Inclusive, ninguém aqui precisa concordar com as minhas colocações e escolhas, ou até mesmo achar que faça sentido. Temos gostos e inclinações diferentes, então é possível que eu -pessoalmente- ou este blog estejamos na sua lista.
A questão é: nós somos o que consumimos, então, se não gostarmos do que estamos vendo, ou lendo, ou ouvindo, é melhor parar por aí. As redes sociais não estão disponíveis para que agrademos uns aos outros, mas sim para facilitar nosso contato com pessoas que gostamos ou admiramos e aprendermos sobre o que realmente tivermos interesse. E, não sendo algo obrigatório em nossas vidas, é um absurdo que nos cause estresse ou irritação.
Receber tantas atualizações vazias pode afetar nosso humor e, inclusive, nossa saúde. Faça questão, portanto, de que tudo o que você vê e lê e ouve em suas redes sociais seja exatamente o que você quer e o que te deixa confortável.
Vamos ter dias mais leves e alegres?
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Bruna respondeu:
Sim, exatamente! E é uma pena que, às vezes, a gente acabe fazendo uma associação ‘errada’. 🙁